Quando converso com os investidores sobre os riscos aos quais os investimentos se expõem, falo dos 4 principais riscos do investidor:
Risco Sistêmico ou Sistemático
O risco de alguma coisa acontecer, prevista ou não, que afete toda a economia. Em alguns casos mais críticos, seus efeitos se estendem a todos os países, como o vivenciado no início de 2020 decorrente da pandemia.
Risco de Liquidez
Investir em uma ativo que não tenha demanda no momento em que o investidor precisa transformá-lo em dinheiro. Quase a maioria dos proprietários de imóvel que precisaram de recursos líquidos e tentaram vendê-lo com rapidez aprenderam, da pior maneira, o que é o risco de liquidez.
Risco de Mercado
A flutuação do preço de um ativo ao longo do tempo em função da avaliação momentânea que os agentes de mercado fazem desse ativo. Ações de uma excelente empresa podem ser negociadas a preços inferiores a seu real valor de mercado por algum tempo, a depender de fatores distintos, muitas vezes não relacionados com os fundamentos e a solidez da empresa e de seus resultados.
Risco de Crédito
Risco de quebra de uma empresa, ou da sua incapacidade de pagar suas dívidas aos credores, que pode levar o investidor a perder dinheiro e, em certos casos, a não conseguir recuperá-lo.
Há outros riscos, relacionados ao comportamento do investidor e à qualidade da assessoria de investimentos de seu patrimônio, mas cuidaremos desses em outra ocasião.
Conhecer os tipos de risco do investidor é fundamental
É importante deixar claro, que, qualquer que seja o investimento, ele sempre estará sujeito a algum risco. Conhecer bem o perfil do investidor com a sua tolerância e disposição ao risco é uma etapa indispensável para qualquer programa de investimento responsável. Tanto é assim, que existem normas específicas, como a instrução CVM 539. Esta norma proíbe qualquer recomendação de produtos, estratégias ou prestação de serviços sem que se verifique a sua adequação ao perfil do investidor.
Mas é importante entender que o perfil formal, mapeado pelos bancos e corretoras através de questionários padronizados, não descrevem com precisão o quanto o investidor consegue aceitar de risco em sua carteira. É preciso conhecê-lo além do questionário. Brinco com os nossos clientes que, além de precisarmos estudar todos os dias sobre cenários econômicos, veículos de investimento, mercado financeiro e outros temas afins, também precisamos nos capacitar em temas mais afeitos ao campo da psicologia do que, à primeira vista, ao campo das finanças e investimento.
Talvez, pela complexidade envolvida na nossa profissão de assessoria de investimentos, eu me sinto cada vez mais entusiasmado com o que ainda há para aprender. Por enquanto, ficaremos com esses 4 riscos, que, em tese, estão fora do controle do investidor. Porém, estes podem ser minimizados ou, em certa extensão, mitigados de alguma forma através de uma construção inteligente do portfólio de investimentos.
Na próxima conversa sobre riscos, vamos falar sobre outros que, em tese, estariam sob o controle do investidor, mas que podem trazer grandes prejuízos se fugirem da racionalidade em direção à emoção.
Por: Ricardo Vasques