O Buda de Leshan: por que isso importa?

O Grande Buda de Leshan é uma estátua situada num desfiladeiro próximo à cidade de Leshan, no sul da província de Sujuão, na China. Possui 71 metros de altura, foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco em 1996 e é uma das maiores estátuas de Buda do mundo. Sua história é capaz de nos faz refletir ainda nos dias atuais.

No sec. VI d.C., em Leshan, uma vila da China, o monge Haitong resolveu acalmar as águas traiçoeiras da confluência dos rios Minjiang, Dadu e Qingyi, onde muitas vidas se perdiam nas enchentes e nas tentativas da população em cruzar o rio. Decidiu escavar uma monumental estátua de Buda no Monte Emei para que, domadas pela força de Sidarta Gautama, as águas se acalmassem para o bem de todos.

Durante alguns anos recolheu contribuições para financiar a difícil empreitada. Um dia recebeu a visita de um cobrador de impostos reclamando o pagamento de um percentual sobre estas contribuições. Haitong, indignado, reagiu, afirmando que o dinheiro era do povo e, entre trair a confiança de sua gente e perder um olho, ele preferiria a segunda opção. O cobrador de impostos desconfiou de sua sinceridade. O monge, então, pegou uma faca e arrancou os olhos na frente de todos.

O fato é que os monges fiéis a Haitong, munidos de cinzéis e marretas, começaram a escavar a rocha no ano de 713. A obra demorou 90 anos para ser concluída, e Haitong não viveu para apreciar o sucesso de seu projeto, pois as águas realmente se acalmaram.

O Buda de Leshan e as influências em nossas vidas

Não somos o monge Haitong, nem precisamos arrancar os olhos, mas temos de admitir que influenciamos e motivamos (ou desmotivamos) diversas pessoas em nossa história. Hoje mesmo, desde que você acordou até o momento que decidiu ler esse artigo, você influenciou alguém de alguma forma. Seus filhos, sua esposa ou esposo, seu colega de trabalho, amigo etc. O que fazemos, fala tão alto que, inclusive, o que falamos ninguém, ou poucos, escutarão.

Todos os leitores já devem ter ouvido a máxima que sugere o fim gradativo do patrimônio acumulado em uma geração, nas gerações seguintes (avô rico, pai gastador, neto pobre). Na literatura sobre o tema, há amplo debate acerca da capacidade de geração de valor de quem pensa com a cabeça de empreendedor e de quem pensa com a mente de herdeiro.

É claro que a generalização não é cabida. Isso porque, muitos herdeiros foram fortemente influenciados pelo exemplo de seus ascendentes e decidiram seguir o mesmo caminho de criação de valor em seus negócios, em sua vida pessoal e familiar.

Por isso a história do Buda de Leshan importa

A moral dessa história, para as famílias que levaram décadas para alcançar um nível de estabilidade e independência financeira, é uma só: a forma como os seus líderes agem, o que eles fazem e como fazem, possui uma energia transformadora invisível, mas poderosa – a energia da influência. Estejam atentos a que influências estão sendo irradiadas, e como elas podem moldar o futuro do patrimônio construído para aqueles que você tanto ama.

Mas o que esta história tem a ver com o Jornal Flor do Mandacaru? Uma única coisa. A força do exemplo. Motivados pelo exemplo, pela credibilidade e inspirados por ideais e princípios, os monges construíram uma estátua com cerca de 71 metros de altura (o mesmo tamanho de um Boeing 747, em pé). O Buda de Leshan é uma obra fenomenal, quase impossível, com a tecnologia que possuíam.

O poder do exemplo é incomensurável. Todos precisam de inspiração, exemplos, valores, princípios e ideais pelos quais valha a pena lutar. Nunca se esqueçam disto.

Por: Ricardo Vasques

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